sexta-feira, 14 de março de 2014

Masterização Básica: Adicionando um toque extra

Estudio Oasis
Foto cortesia do estúdio de masterização Oasis
Ninguém discute que a tecnologia digital deu poder total aos músicos em suas próprias gravações, e hoje, os artistas dependem muito menos de profissionais experientes já que muitas canções bem produzidas nunca viram um estúdio grandioso.
Mas mesmo com notebooks modernos podendo executar tarefas impossíveis aos antigos estúdios com o conhecimento técnico da velha guarda colocado na forma de plug-ins, alguns trabalhos ainda encontram melhor resultado quando executado por profissionais, e a masterização é um deles.
Certamente se o orçamento permitir um profissional em masterização valerá pelo trabalho executado, mas neste artigo exporemos algumas sugestões básicas sobre masterização. Tenha em mente que para conseguir bons resultados é necessário experiência no assunto.

O que é?
Masterização pode ser definida a grosso modo como um ajuste preciso de níveis e equalização de uma pista, preparando-a para ser replicada em formatos digitais, mídias e ainda ser tocada. Isto inclui otimização dos volumes das pistas, compressão e equalização para atingir o nível e qualidade necessários.
Outras funções da masterização incluem limpeza de áudio (clics e pops), colocar as pistas em ordem para a finalização do trabalho, adicionar silencio entre elas, além de inserir códigos necessários requeridos para prensagem ou replicação.
Mais do que chega aos ouvidos
Explicações técnicas à parte, tentar dizer exatamente o que um bom engenheiro de áudio faz é o mesmo que tentar explicar o papel de um compositor ou produtor. Da mesma forma que alguém pode colocar alguns loops juntos e criar uma música, não é difícil colocar um plug-in compressor de masterização e mexer em alguns parâmetros. Mas existe um abismo entre apenas masterizar e fazer isto bem feito.
Masterizar é uma arte que junta tecnologia, psicoacústica, ouvidos treinados e intuição musical. Nas mãos certas pequenos ajustes de compressão e equalização podem trazer grande impacto a música trabalhada.
Um bom engenheiro de som tomará decisões sutis sobre o balanço sonoro, trazendo as frequências mais importantes à frente, além de balancear graves e agudos da mix, dando mais pegada e deixando uma música bem mixada ainda melhor.
Se você visitar um estúdio de masterização pode ficar surpreso com os poucos equipamentos que verá. Diferente dos grandes estúdios você não verá paredes de efeitos justamente por poderem afetar através das reflexões da sala de monitoração a própria masterização.
No estúdio de masterização é necessário um ambiente neutro além de equipamentos de processamento de sinal customizados como compressores tipo discrete ou valvulados, equalizadores vintage e outros processadores em hardware topo de linha.
Fazendo você mesmo
Com o advento de programas hi-end de masterização, mais e mais estúdios experimentam a masterização em seus trabalhos, é certo que os melhores engenheiros de masterização praticaram suas técnicas por muitos anos porém só o fato de experimentar estes plug-ins certamente ajudará em muito na elaboração inicial dos conceitos de masterização. Mesmo se você decidir depois contar com serviço profissional, você saberá um pouco mais do que precisa em sua mix.
Uma das primeiras coisas a ser entendida é que masterização não é mixagem, na masterização serão trabalhadas frequências e não níveis de cada pista da mix, balanço e outros aspectos, embora algo possa ser melhorado nesse sentido pelo puro manejo das frequências.
Então antes de pensar na masterização é necessário ter uma mixagem limpa, com tudo em perspectiva, bom balanço e sem distorções nem clipagem de sinal.
Não use muita compressão nos instrumentos, mas ainda mais importante, não adicione compressão a mix final, pois quanto mais comprimida mais difícil será o trabalho na masterização.
Um dos erros mais comuns é criar uma mix sem bastante headroom (diferença entre o valor nominal e o máximo valor de sinal sem distorção). É comum na mixagem tentar-se o máximo valor possível (-1 dB ou até mesmo 0 dB). Mas a maioria dos engenheiros de som dirá que um nível entre 3 até 6 dB de headroom disponível é essencial para uma boa masterização, o ideal seria -3 dBFSD.
Um vez satisfeito com a mix é hora de masterizar, as ferramentas principais serão de processamento dinâmico (compressor e limiter) e equalização. Em ambos, um pouco apenas será mais do que necessário.
Compressor
Compressor de precisão multibanda UAD
Evitando o excesso
Provavelmente um dos pontos mais importantes a serem observados na masterização é a amplitude dinâmica. E é também onde ocorrem erros que até engenheiros mais experientes podem cometer.
Amplitude dinâmica pode ser definida como a diferença entre os sons mais suaves e pesados e altos de sua gravação, como a compressão adicionada atenua os sons mais altos e pesados esta diferença com os sons mais suaves cai, aproximando-os, mas se usada em excesso a compressão também trará os sons mais baixos e suaves a frente resultando numa mix onde tudo parece estar muito alto o tempo todo.
Pergunte a um engenheiro veterano qual sua principal reclamação quanto as rádios atuais, e sem dúvida será o desaparecimento da amplitude dinâmica. Nos últimos anos a febre foi de trazer tudo a frente, tornando anúncios, músicas e tudo mais excessivamente comprimidos.
Com um compressor para masterização você geralmente inicia com um nível de ratio suave, com o plug-in UAD Precision Multiband Compressor o valor seria de 2:1 e muito suavemente poderia ser aumentado se necessário, raramente chegando a 5:1.
Equalização anda de mãos dadas a compressão na masterização, um equalizador bastante preciso como o da UAD, o Precision EQ pode compensar mudanças no balanço de frequência causadas pela aplicação da compressão. Por exemplo, adicionada a compressão isto pode tirar um pouco de definição sonora, para contornar isto onde você pode usar um corte no equalizador (em torno de 300 Hz).
Ou talvez a compressão tenha deixado a mix meio sem vida, adicione uma frequência alta em torno de 12 kHz pode adicionar um pouco de brilho. Um pequeno corte em torno de 5 kHz pode retirar a aspereza de partes da bateria ou guitarra. E claro, estes são exemplos, sua mix determinará o que precisa ser mexido e seus ouvidos o que deve ser feito.
Precision EQ
UAD Precision EQ
Enquanto você mexe na masterização da mix é uma boa ideia compará-la ao som de um CD ou dois que você acha o som perfeito, preferencialmente de algum trabalho que tenha a mesma linha sonora daquilo que você está produzindo, isto é importante pois depois de estar duas horas ou mais mexendo na masterização algumas referências se perdem.
Você pode fazer sua própria masterização? Você pode tentar.. Ficará tão bom quanto a de um técnico? Talvez não, mas o essencial é saber o quanto estas ferramentas relacionam-se com sua mix e suas decisões durante a mesma.
E da mesma forma que adicionar equalização é uma boa forma de aprender o que não pode ser feito, experimentar plug-ins de masterização o educará neste assunto, sabendo então o que esperar da masterização e distinguir bons e maus técnicos, além de entender melhor como preparar sua mix para esta tarefa, mas sempre confie em seus ouvidos e siga em frente.



Postar um comentário

 
Copyright © 2013 Rubens Music - Traduzido Por: Templates Para Blogspot
Design by FBTemplates | BTT